Refluxo Laringofaríngeo

 

O conteúdo ácido presente no estômago pode retornar pelo esôfago passivamente, chegar até a garganta e causar lesões e sintomas. Quando isso ocorre é denominado Refluxo Laringofaríngeo (RLF). Os sintomas e o tratamento são diferentes do refluxo que se manifesta no esôfago, cujos principais sintomas são azia e regurgitação.

A melhora do RLF depende de um diagnóstico preciso e tratamento adequado. Pacientes com desconforto na garganta são surpreendidos com diagnóstico de refluxo gastroesofágico, pois boa parte não apresenta azia ou regurgitação.

Refluxo Laringofaríngeo (RLF) X Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE)

O refluxo laringofaríngeo pode causar inflamações ao atingir as cordas vocais provocando manifestações clínicas como:

  • Incômodo na garganta;
  • Necessidade de limpar a garganta com muita frequência (pigarro);
  • Tosse;
  • Sensação de algo preso na garganta (globus).

Apesar de possuir a mesma base fisiopatológica, o RLF é considerado diferente da DRGE clássica que possui como principais características:

  • Azia e/ou regurgitação;
  • Boa resposta ao tratamento medicamentoso;
  • Pode evoluir para esofagite erosiva, estreitamentos e esôfago de Barrett.

O paciente com RLF geralmente não apresenta azia e/ou regurgitação, já que a quantidade de líquidos e gases que retorna é muito pequena. O tratamento necessita de doses maiores, tempo mais prolongado e possui uma resposta clínica irregular. Além disso, raramente o paciente desenvolve alguma complicação no esôfago. Essa doença pode se agravar em pessoas que usam a voz com maior frequência, como professores e cantores.

Como é feito diagnóstico de Refluxo Laringofaríngeo?

Além de analisar cautelosamente os sinais e sintomas do RLF, o médico deve solicitar uma laringoscopia. Por meio desse exame, o especialista pode verificar o estado das cordas vocais, descartar outras doenças e analisar as evidências de RLF. Quanto mais intensa a inflamação, maior a possibilidade de refluxo gastroesofágico estar associado.

Quais outros exames podem contribuir para o diagnóstico de Refluxo Laringofaríngeo?

  • Endoscopia Digestiva;
  • pHmetria Esofágica Prolongada;
  • ImpedanciopHmetria esofágica.

Quais as bases do tratamento da Doença do Refluxo Laringofaríngeo?

Os primeiros passos são mudanças na dieta e no estilo de vida:

  • Perder peso ou impedir o ganho adicional.
  • Evitar refeições volumosas.
  • Deitar-se apenas 2 a 3 horas após a última refeição.
  • Reduzir o consumo de alimentos que provocam sintomas de refluxo. Apesar de não haver um consenso na literatura sobre uma necessidade obrigatória em evitar certos alimentos, na prática, muitos pacientes relatam a ocorrência dos sintomas após a ingestão de café, alimentos ácidos, bebidas com gás ou alcoólicas, alimentos gordurosos e chocolate.
  • Pacientes com sintomas noturnos devem dormir com a cabeceira elevada e evitar hábitos que impeçam uma boa noite de sono.
  • Soluções com antiácidos podem dar alivio imediato, especialmente da pirose (azia).

Qual tratamento mais adequado para Refluxo Laringofaríngeo?

Pacientes que não apresentam melhora com as medidas iniciais ou que já apresentam sintomas frequentes são candidatos ao uso de medicamento. Qualquer paciente com alteração endoscópica (por ex.: esofagite erosiva, úlcera, esôfago de Barrett) ou manifestação atípica também necessita de tratamento medicamentoso.

O principal grupo de fármacos para a DRGE são os inibidores da bomba de prótons (omeprazol, pantoprazol, lansoprazol, rabeprazol e esomeprazol). Esses medicamentos têm efeito potente e duradouro em bloquear a produção de ácido pelo estômago. A medicação deve ser tomada antes das refeições para potencializar o bloqueio ácido. Assim, se for prescrita pelo médico apenas uma vez ao dia, ele deve ser ingerido 30 a 60 minutos antes do café da manhã; e, quando for prescrita duas vezes ao dia, a segunda dose deve tomada 30 a 60 minutos antes da última refeição (habitualmente o jantar).

Apenas seu médico pode orientar de forma racional a dose e tempo de tratamento.

Todos os pacientes que necessitam tomar medicamentos cronicamente para o controle dos sintomas de refluxo devem ser avaliados de maneira intermitente. Quando não respondem ao tratamento ou quando apresentam os sinais de alarme já mencionados devem ser submetidos à reavaliação médica e a novos exames.

No controle da doença é importante a realização de pelo menos uma Endoscopia Digestiva Alta.

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